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Climatização a gás natural reduz demanda por energia elétrica

Recente estudo publicado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou que, em dé­cadas passadas, os grandes vilões de consumo energético no país na hora de pico (entre 18h e 19h) eram os chuveiros e os demais aparelhos eletroeletrônicos. “Hoje, o que temos é um novo horário de pico (entre 15h e 16h) e o ar­-condicionado como vilão. A popu­lação brasileira evoluiu muito eco­nomicamente. Os climatizadores são produtos de consumo popular e seu uso em massa aumenta con­sideravelmente o gasto de energia elétrica”, analisa Pedro Luiz Mendes da Silva Júnior, gerente de Marketing Industrial da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo) e presidente do Comitê de Clima­tização e Cogeração da Abegás.

Em muitas cidades brasileiras, uma nova alternativa para desonerar o sistema elétrico já é realidade: a climatização a gás natural para estruturas de médio a grande porte. “A climati­zação a gás natural reduz em 90% a demanda de energia elétrica, tra­zendo mais autonomia, além de re­duzir os custos de instalação para as construtoras”, destaca Pedro Silva. Na região metropolitana de São Paulo, mais de 60 clientes no segmento comércio e serviços (entre univer­sidades, hospitais, restaurantes e prédios comerciais), utilizam a climatização a gás natural. No Rio Grande do Sul, os empreendimentos que mais tem procurado a Sulgás para adotar a climatização a gás natural são os grandes estabelecimentos comerciais, shoppings e prédios comerciais. Um exemplo é o Praça Cavalhada Shopping Center, empreendimento da 5R Shopping Centers, localizado na Zona Sul de Porto Alegre. O centro de compras, que terá 156 lojas, 17 operações de fast food e dois restaurantes, além de opções de entretenimento, contará com o sistema de ar-condicionado central alimentado a gás natural e um sistema para gerar energia elétrica em horário de ponta e emergência, que também utilizará o gás natural como energético. De acordo com o engenheiro Guilherme Garcez Cabral, gerente de Mercado Urbano, a Sulgás possui uma tarifa de gás diferenciada para a utilização do gás natural em sistemas de climatização, que é equivalente à utilizada pelas concessionárias de gás natural do Rio de Janeiro e São Paulo, onde a tecnologia está mais difundida. Além disso, a companhia pode apoiar a aplicação da climatização a gás natural de outras formas, avaliando caso a caso.

Conforme Pedro Silva, o uso de ar-condicionado com gás natural pode sair até de gra­ça para consumidores em qual­quer escala, a partir do sistema de cogeração de energia. “Nesse processo, o rejeito térmico prove­niente da geração de energia com o uso de um gerador a gás pode ser reaproveitado, utilizando-se a água gelada para alimentar o ar­- condicionado”, explica. Para isso, as incorporadoras e construtoras devem se antecipar e planejar em suas obras a utilização da cogera­ção de energia. De acordo com dados divulgados em reportagem do jornal O Globo de 16 de junho de 2014, se todo o potencial da cogeração de energia elétrica a partir do gás natural estivesse sendo aproveitado somente no Rio de Janeiro e em São Paulo, cerca de R$ 5 bilhões por ano estariam sendo economizados com a redução do uso das usinas térmicas. Além de gerar energia elétrica, o sistema de cogeração permite canalizar o vapor da queima do gás, gerando calor, ou produzindo água gelada para climatização.

Tendência
Seguindo o padrão já utilizado em alguns países da Europa, a microgeração residencial começa a ganhar força no país. “Neste processo, o aquecimento da água acontece a partir da utiliza­ção de um pequeno motor alimenta­do por gás natural, que gera energia elétrica. Nosso objetivo é que uma ampla rede de consumidores possa ser beneficiada com esta inovação”, estima Pedro Silva. A microgeração residencial também pode ser utilizada para o aquecimento da água em suas diferentes deman­das em hotéis, restaurantes e acade­mias, entre outros estabelecimentos. Em Porto Alegre, o condomínio residencial Las Brisas foi projetado prevendo espera para geradores individuais.

Fonte: Revista Sulgás Natural – 2ª Edição

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